waiampi wayapi et teko amérindiens menacés de la Guyane française
 
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko
waiapi wayapi wayampi teko

 

digital-design
Site créé par
Digital Design

La santé menacée des amérindiens Wayapi et teko
A Citação completa de Michel Leiris :

« Se o contacto é, em princípio, um factor de evolução social, para que um tal contacto seja frutuoso, é indispensável que ele se produza entre povos situados em níveis técnicos não demasido diferentes.

(para não terminar na exterminação pura e simples dum dos parceiros, ou na sua redução a um estado tal de escravatura, que provoque a pulverização da sua cultura tradicional).»


Michel Leris, Raça e Civilização, 1951, UNESCO
Aos meus amigos ameríndios, crioulos e metropolitanos da Guiana.

Agradeço...
Por terem relido este texto: Pierre e Françoise Grenaud (etnólogos, Lacito-CNRS, IRD, Orleães), Prof. Eric Navet (Cria: Centro de Pesquisa Interdisciplinar em Antropologia, Estrasburgo), Odile Pujalon (Instituto Pasteur de Paris), Prof. Georges Larruy (Laboratório de Parasitologia e de Ecologia, CICT, Toulouse), Christophe Rogier (Instituto de Medicina Tropical do Serviço de Saúde das Forças Armadas).
Pela elaboração dos mapas: Béatrice et Baleine

Pelas suas opiniões e apoio no local:
Henri Masse (Prefeito de Guiana), Jean Louis Sarthou (Director do Instituto Pasteur de Cayenne), Antoine Talamin (Instituto Pasteur de Cayenne), Dr. Pierre Delattre (Chefe do Serviço de Pediatria, Cayenne), Dr. Pradinaud (Chefe do Serviço de Dermatologia, Cayenne), Léon Penep por ter dado solução às situações de ruptura de provisão de medicamentos, Dr. Bruneteau (Guarda Nacional).
la santé menacée des amerindiens
Metodologia
Trata-se das minhas notas no terreno, médico tropicalista com 20 anos de experiência em vários continentes : Ásia, África, Oceanis, Europa. Nunca tendo antes trabalhado na América, foi com um olhar um tanto ingénuo que lá cheguei, nomeado com contrato temporário de médico territorial (Setembro de 1999 – Março de 2000). Este texto constituiu tese para Capacidade da Medicina Tropical, Universidade de Paris V.
Data de redacção : Outubro de 2000
Data de revisão : “Recomendações” e “Bibliografia” foram revistas em 2007.
Antropologia Reflexiva
Trata-se também dum trabalho reflexivo.
Consciente e voluntariamente. Sendo esta abordagem vista como extensão do tema da atitude de observação, portanto como um alargamento. Outro prolongamento : as citações literárias (tal como as citações científicas) reforçam a abordagem comparada, tendo cada uma a sua ligação precisa com uma observação no terreno. Ligação diacrónica com Montaigne ou Michaux, sincrónica com Mary Brave Bird Craw Dog.
Trata-se duma observação participativa?
Eu participava :
  • nos tratamentos (os doentes wayãpi e Teko são policonsumidores, como em todas as sociedades
  • vão consultar o terapeuta tradicional – o xamã para alguns problemas, o médico para outros, ou os dois).
  • A certos “cachiris”
  • À “nivrée”, etc.
  • Tinha imposto a mim mesmo a regra de não fazer perguntas : à excepção do interrogatório clínico, não perguntava nada aos ameríndios sobre os seus conceitos ou técnicas, só fiquei entre eles durante 6 meses : tempo insuficiente para me permitir a liberdade de interrogar, contentei-me com escutar. O que era, dada a minha ignorância, a atitude do “observador participante”.
    la santé menacée des amerindiens
    Observações preciosas caídas no esquecimento
    É num esquecimento total que dormem preciosos “relatórios sanitários”, escritos por médicos :
    - 1964, R.Cabannes, Georges Larrouy e Jacques Ruffié
    - 1967, Etienne Bois
    - 1985, Brigitte Dillies Flautre
    (detalhes na Bibliografia)
    Que pena, nem um único destes trabalhos foi levado ao conhecimento dos médicos, enfermeiras, enfermeiros,
    contratados para exercer na terra dos ditos ameríndios...Eu só os descobri depois do meu regresso e através de pesquisas longas e complicadas. Eles não são referenciados por Medina nem por Lillacs. Igualmente caídas no esquecimento estão as publicações mais específicas sobre a medicina tradicional, o estado dentário ou o alcoolismo.
    Estes documentos , preciosos mas caídos num esquecimento muito prejudicial para a Guiana, que ambiciona tornar-se um polo
    de excelência em Saúde tropical, deveriam no futuro ser sistematicamente entregues ao pessoal clínico no momento em que partem para o terreno. Assim, o meu trabalho constitui um”relatório sanitário”, que se inscreve na linha dos meus predecessores, uma nova “vistoria”, insistindo em relação a 1964-67,85, na evolução muito inquietante das toxicomanias e no risco de VIH.
    la santé menacée des amerindiens
    Sair do isolamento geográfico guianês
    Tentei uma bibliografia panamericana, englobando os dados sobre a saúde dos ameríndios de regiões que são frequentemente esquecidas :
    1 - Guiana
    2 - Brasil, dados de qualidade mas desconhecidos em Português. Aliás ninguém fala uma língua ameríndia (salvo um dos meus antecessores que, apesar de falar correntemente a língua deles, tinha abandonado
    os wayãpi, revoltado contra o desleixo das autoridades sanitárias da época : 1999).
    3 - América hispanófona
    4 - América do Norte anglófona e francófona.
    la santé menacée des amerindiens
    Dados Quantitativos
    População compreendida nesta tese : 1050 pessoas
    Trata-se da população do município de Camopi, de que eu era o médico territorial. Esse município reune Camopi e todo o território a montante dos rios Camopi e Wayapock, donde Três Saltos. Segundo o recenseamento nacional de 1999, a população era de 1050 pessoas, das quais 250 Teko e 800 Wayãpi. Não sei precisar a distribuição por faixas etárias, mas suponho que os dados do recenseamento estão disponíveis. A proporção dos menores de 15 anos parece-me elevada, dado que em Camopi, em 700 habitantes, existem mais de 250 alunos.
    Saúde básica e registo de consultas : são registadas

    (pela mão do agente de saúde ameríndio), todas as consultas, cujos motivos mais correntes eram :
  • feridas banais
  • renovação de contraceptivos orais
  • bronquites, sobretudo infantis
  • diarreia do bébé
  • febre.
    Casos não correntes
    Reuni os 120 casos clínicos não correntes no ficheiro dum computador “Psion 3c”, sempre na minha algibeira. Cada ficha comporta 10 campos, reflexo das prioridades que eu tinha determinado depois da minha chegada :
    . data da ocorrência
    . proveniência do doente
    . nome
  • . idade
    . paludismo
    . afecções por transmissão intestinal
    . traumatismo
    . problema gineco-obstétrico
    . doença crónica
    . evacuação sanitária
    Fontes periódicas de dados biológicos
    - Laboratório Departamental de Higiene (cf. Numerações-fórmulas sanguínias de 32 mulheres grávidas)
    - Instituto Pasteur de Cayenne
    - Frotis sanguínios, feitos por mim mesmo (levava as lâminas duvidosas ao Instituto Pasteur para releitura)
    la santé menacée des amerindiens